O Leviatã Carioca

Não poucas vezes vemos flagrantes claros da postura ausente do governo estadual em relação aos outros municípios do estado. O município do Rio de Janeiro, como princesa dos olhos do governador é sempre o centro da atenção deste. Todas as sua entrevistas (ou pelo menos 90%) são em solo carioca. Como cidadão de outra cidade não posso deixar de notar e contar nos dedos das mãos as vezes que o sr. Sérgio Cabral apareceu inaugurando algo em outro município.
Minha preocupação seria menor se eu não reparasse que, inúmeras vezes, também os repórteres da Globo em particular do RJTV se referirem a PM do Estado do Rio de Janeiro como uma polícia local e municipalizada. O ato falho ganhou proporção quando da exoneração do coronel esta semana. Por várias vezes o comentarista Rodrigo Pimentel se referiu claramente a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro como que exclusiva do município do Rio de Janeiro. Que a população (da cidade) do Rio de Janeiro não iria sofrer com a mudança, ou que a instalação de outras UPPs sofreria atrasos etc. Diante desses atos falhos repetitivos nós que moramos nas outras cidades nos perguntamos: será que a Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro é uma polícia do município do Rio de Janeiro e a gente tá abandonado? A preocupação é justa pois a cada UPP inaugurada sem prisões a criminalidade atravessa a ponte ou a Av. Brasil e se aloja nos municípios vizinhos. Outro fato ainda mais preocupante é que o contingente do 12º Batalhão de Niterói é constantemente movido para a cidade maravilhosa. Então para quem o nosso governo governa? Seria apenas para a Zona Sul do município do Rio de Janeiro e/ou também para as comunidades pacificadas do município do Rio de Janeiro?
O Leviatã carioca não pode açambarcar as outras cidades ao ponto de deixa-las sem mérito, sem cidadania e sem segurança.