18 de mai. de 2013

Políticos Melindrados

A professora do Amapá, Alcinéa Cavalcante foi o estopim que fez saltar a veia déspota do senador José Sarney. Este, como que dando um tiro no pé, manda retirar do ar o blog que a professora Alcinéa mantêm no ar. Como se não bastasse, nesse flash-back da ditadura militar a professora foi condenada a pagar uma indenização de R$ 2.000.000,00 por um comentário postado no seu blog e que representa o sentimento que todos nós temos em relação aos políticos. Tudo começou quando Alcinéa propôs em seu blog, que os brasileiros colassem no carro de algum político um adesivo com a seguinte frase: "O carro que mais combina comigo é um camburão da polícia". A ideia do político estar na posição de bandido ou de polícia não está clara o bastante para essa balburdia sendo muito estranho esse melindre o Sr José Sarney. Mesmo com o cometário de um dos leitores do blog postando que este seria o "adesivo perfeito para o Sarney", sendo ele uma pessoa pública não deveria se incomodar. Porem, no dia seguinte, o político entrou com uma ação judicial contra à blogueira. Sem baixar a cabeça, Alcinéia Cavalcante, deixando claro que o Amapá não abraçou o Sarney por completo, publicou uma foto de um muro de sua cidade pixado com a frase "Xô Sarney!"
Todo e qualquer brasileiro desperto (pois infelizmente existe uma maioria que dorme e vota nos sarneis que existem pelo Brasil) sabe das mentiras e demonstrações de antipatriotismo de nossos políticos. Precisamos denunciar sim. O prezado Sarney repete com seu gesto a atitude de um ditador senil que não quer largar o poder. Ele já se saiu melhor em situações piores. Atacar a professora Alcinéa é o cúmulo do desespero. Será que o Meritíssimo Juiz que deu essa sentença conhece o princípio da proporcionalidade e razoabilidade para dar uma sentença dessas? Ou será que deve favores? Não sei! Outra questão: porque será que o nosso ex-presidente do senado abandonou o Maranhão?  Para essas questões, eu pessoalmente,  tenho algumas certezas: vivemos num engodo de democracia, onde os eleitores são manipulados pelas técnica modernas e elaboradas de marketing que nos faria eleger até Hitler para presidente; o sistema de eleição adotado permite manobras para se eleger os candidatos mais "interessantes" para o sistema com um mínimo de votos; qualquer um que se insurgir e tiver quem o ouça será massacrado pelos poderosos instituídos, veja o caso da Alcinéa do Jornal Folha que denunciou os "atos secretos" do então presidente da câmara sr José Sarney. A boa notícia é que não existe mais tortura nem prisão arbitrária. Mas que eles queriam que existisse queriam.

15 de mai. de 2013

"(...) acreditamos  que o Congresso vai colocar os interesse do país acima (...)" 

Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann

Em recente entrevista ao jornal televisivo Bom Dia Brasil, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann citou, em referência a MP dos portos uma frase que me chamou atenção não somente em relação a este assunto mas sobre aspectos mais abrangentes da relação de nosso congresso nacional com o povo que o elegeu. Disse a ministra: "[...] É um tema com possíveis conflitos de interesses. Mas nós acreditamos  que o Congresso vai colocar os interesse do país acima desses conflitos". De uma forma diplomática e acredito que sem perceber, ela fala de um assunto que seria a maior das crises institucionais de nosso congresso que é governar segundo seus interesses.
Convencidos de que estão defendendo o interesse público agem sombreados pelo Artigo 53 da Constituição Federal que transformou a proteção dos representantes do povo contra futuros abusos, em garantia de impunidade.
Acho eu que essa crise ética é mais grave que o problema da corrupção, pois esta decorre sempre do sentimento egoísta de nossos deputados e senadores. Triste é constatar que a conduta deles é avalizada pelo nosso voto que é manipulado pelas campanhas eleitorais nada democráticas. É sabido que a publicidade e a propaganda que elegem quem deveria nos representar anulam o livre arbítrio do eleitor menos crítico e cria os"currais eleitorais" que perpetuam no poder pessoas nada comprometidas com o interesse público.
Dessa forma elege-se pessoas que governam segundo interesses próprios ou dos empresários e fazendeiros que injetam fortunas nas campanhas eleitorais para garantirem seus objetivos, que quase nunca vão ao encontro do interesse público ou da nação.
A frase da Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann poderia ter um alcance consciencial na mente desses deputados e senadores. Mas, de tão inchados de poder e viciados na boa vida que se encontram, se esquecem do sofrimento do povo que iludidos, lhes elegem não numa prática democrática, mas conduzidos feito gados controlados pelos competentes vaqueiros da mídia.
Como a Ministra,eu também gostaria de ver, uma única vez, nossos congressistas votarem em algo sem se preocupar com o fator QUANTO, ou seja: QUANTO vão lucrar, QUANTO isso vai repercutir na mídia e o QUANTO vai pesar em seu favor na próxima eleição. Infelizmente somos reféns desses quantificadores de vantagens emQUANTO o povo sofre.

13 de mai. de 2013


Sindrome de Pilatos

Não consigo compreender como uma sociedade com tantos avanços tecnológicos e intelectuais aceita conviver com os quadros que nos deparamos diariamente pelas ruas e através da mídia. Parece que uma síndrome de Pilatos ronda nossas consciências, fazendo com que lavemos as mãos a cada cena de injustiça social. Cito a metáfora de Pilatos, pois, como ele, estamos transferindo nossa capacidade de agir para as autoridades políticas que, ébrias de poder, nada fazem. Essas mesmas autoridades são os representantes de nossa vontade, pois foram eleitos por nós. Assim, sabiamente a nossa Constituição em seu Artigo 1º, parágrafo único registra que “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.” Daí concluirmos que a ilusão provocada pela síndrome de Pilatos é como um bumerangue que vai e volta nos nocauteando onde menos esperávamos.
Não podemos mais lavar as mãos diante das imagens dos miseráveis que perambulam pelas ruas, que só tem a aguardente e as drogas para se sentirem vivos; nas crianças que vivem nas ruas fugidas da violência no lar; nos sem teto que aguardam a reconstrução de suas casas depois de chuvas fortes enquanto o estado reconstrói em tempo recorde passarelas do samba e estádios de futebol embelezando cidade para estrangeiros. É certo alguém nascer condenado à miséria ou ser condenado a esta depois de uma vida de lutas? Pois esta é a pena que essas pessoas estão condenadas, enquanto a economia do nosso país bate recordes positivos favorecendo somente os mais ricos.
Onde estão os princípios fundamentais do Estado Brasileiro que colocam a dignidade da pessoa humana e a cidadania a frente dos interesses egoístas de uma minoria? Não cabe só aos dirigentes do Estado o poder de iniciativa. Quando se fala em cidadania devemos entender como uma via de mão dupla. Dessa forma compete também a nós, no exercício das prerrogativas do Artigo 1º, admitirmos que somos os detentores originais do poder estatal. A síndrome de Pilatos que assola nossa sociedade deve ser extirpada de nossas mentes para que possamos assumir nosso papel de cidadãos que elegem e exigem de seus representantes iniciativas que levem a dignidade da pessoa humana a cada canto do nosso país.

12 de mai. de 2013

Marcha da maconha

Hoje ouve mais uma marcha da maconha no Rio de Janeiro. Não consigo entender os argumentos dos manifestantes, mas estado democrático de direito é isso mesmo. Porém não posso deixar de refletir sobre algumas questões que implicam na liberação da maconha.
A primeira delas e sobre quem vai pagar a conta do SUS quando começarem a fritar os miolos? Eu não estou a fim de pagar tratamento pra doidão suicida. O preço a pagar pela liberação é muito alto. Vemos pela internação compulsória dos usuários de crack: dinheiro público sendo usado para esconder quem perdeu o controle sobre a vida. Digo esconder, pois acho que a reabilitação de quem já chegou ao crack é beirando o impossível. Mas mesmo assim a gente vai pagar a conta pra encher a bola do governador e manquear a realidade de uma cidade que insiste em se achar maravilhosa.
Outra questão: será que eles estão pensando direito quando pedem pra liberar geral? É fato que o prazerzinho egoísta dos usuários de maconha anula sua capacidade de raciocinar com lógica. Acho que é por isso que frequentemente acontece essas aberrações de passeata pela liberação da maconha.
Pior. Se o álcool já faz tanto estrago e a sociedade não sabe lidar com isso imagina se a gente liberar mais um alucinógeno no mercado das drogas legais. O absurdo da Lei 11.705 (lei seca) é o registro de que nossa sociedade não sabe lidar com o vício, precisando fazer uma lei que invada a privacidade das pessoas para que outras tenham segurança.
O mercado de drogas proibidas alimenta o crime? Então parem de usar drogas que acaba com a violência de forma mais eficiente. Na minha opinião, acho que tratar usuário como doentinho é patético e paternalista. Se estamos em guerra contra a violência provocada pelo trafico de drogas, qualquer jogador de "age of empires" sabe que para vencer um inimigo começamos acabando com seus recursos. E quem é o recurso do traficante?